27/01/2007

Olhos nos olhos

Meus olhos nos teus
teus olhos nos meus
Escuta meu coração
palavras com emoção
Soltei minhas amarras
recolhi nossas armas
Evoco bons momentos
revelo meus sentimentos
As lágrimas a rolarem
com frases por acabar
Teu sorriso generoso
tem efeito poderoso
Ternura nos teus dedos
afasta dúvidas e medos
Derrubámos o muro
passámos para o futuro
Meu corpo satélite do teu
Minha alma no teu céu

26/01/2007

Rap

Calo o despertador
Acorda minha dor
Ligo o esquentador
Tomo duche reparador
Corro para o fogão
Margarina no pão
Meia de cada côr
Rotas, eram pior
Olho para a hora
Saio porta fora
Um frio de rachar
Comecei a fumar
Comboio atrasado
Chega apinhado
Levam-me no ar
Consegui entrar
Num empurrão
Tomba a multidão
Gritos e asneiras
Não há maneiras
Evito a confusão
Próxima estação
Passo de corrida
Atravesso a avenida
Tomo a bica a correr
Cheia, a ferver
Oferta do jornal
“O país está mal”
Leio na capa
Alguém escapa?
Subo a calçada
Porta encerrada.
“Descanso do Pessoal”
Piada de Carnaval?
Agora sem trabalho
Sou carta fora do baralho
O que é que eu fiz
Mereço este país?
O mal é geral
Aldeia global
Onde está o dinheiro?
Num grande mealheiro?

25/01/2007

Mar de tubarões


Gelatina Gelly.já (Azul) de frutos do bosque (2 saquetas)
1 lt de água
8 a 10 gomas do tubarão (diversas cores)
Seguir as instruções da caixa da gelatina. Deitar a arrefecer num pirex ou taça de vidro transparente. Quando estiver quase solidificada, um pouco morna, mergulhar os tubarões em diversas direcções. Com um garfo riscar a gelatina, em zig-zag, de modo a criar o efeito de águas agitadas.
Na foto, coloquei um barco miniatura para melhorar o cenário.

24/01/2007

Mousse condensada

Ingredientes:
Chocolate p/ culinária (200g)
Leite condensado (lata peq)
4 ovos
Sal (qb)
Mãos à obra:
Separar as gemas e bater as claras em castelo (c/ umas pedrinhas de sal).
Derreter o chocolate em banho maria.
Numa taça, deitar o leite condensado, o chocolate derretido e as 4 gemas. Misturar bem com a varinha mágica (utilizar o acessório de arames). No fim, envolver as claras batidas e bater tudo com o mesmo acessório.
Provar com o dedo. Vai ao frigorífico para consolidar mais depressa.

23/01/2007

Trocaditos

Páre, escute e olhe antes de dizer um disparate.
Se conduzir, faça-o de olhos bem abertos.
Quem tudo quer, não deixa nada.
Gente fina molha-se menos.
Quem tem unhas, arranha mais.
Quem sai aos céus voa mais alto.
Quem tem boca já vem de Roma.
O último a rir é quem mais goza.
Em terra de cegos, quem tem olho é zarolho.
Quem não tem cão, tem medo.
Quem tem gato, caça o rato.
A esperança morre só.
Cão que ladra não come.
A caravana passa e os cães seguem-na.
Vozes de burro, só no tempo que os animais falavam.
Mais vale um pássaro a voar que dois na mão.
Burro carregado de livros é biblioteca itenerante.
Casa roubada, seguro novo.
De são e de louco todos temos pouco.
Quem compra fiado, paga dobrado.
Quem cala não sente.
Quem ouve aprende.
Quem dos outros fala, de si cala.
Quem inveja não almeja.

22/01/2007

Não há...

"Não há nada mais humilhante do que não termos
saboreado os frutos da árvore que não abanámos"

Hoje...



"Hoje é o amanhã que ontém nos preocupava"

21/01/2007

Arroz de atum

Ingredientes (4p):
Arroz basmati (200g)
Atum de conserva (600g)
Tomates maduros (4)
Coentros (1/2 molho)
Cebola (1)
Alho (2 dentes)
Polpa de tomate (2 ou 3 c.s.)
Azeite (qb)
Vinagre (qb)
Sal (qb)
Manteiga (1/2 colher de sopa)

Preparos:
Pôr o atum a escorrer
Pelar os tomates e triturá-los (utilizo a varinha mágica num recipiente à parte)
Mãos à obra:
Refogado (cebola + alhos). Pronto? Adicionar polpa de tomate e deixar 2 minutos a "tomatar", de seguida juntar o arroz e envolver para "corar" e fritar um pouco.
Deitar a água e deixar cozer o arroz (+- 8 min) a céu aberto. Quando ficar quase sem água, juntar o tomate. Já ferve? Entra o atum meio desfeito. Envolver e apurar de sal. Conferir a cozedura e juntar os coentros, o vinagre e a manteiga. Desligar o fogão, tapar o arroz por 5 a 10 minutos antes de servir.
Bom apetite.

19/01/2007

À beira do Tejo









Freijoada de gambas

Ingredientes (4p):
1 Kg de gambas (60/80)
1 lata de feijão encarnado
1/2 Kg de milho
2 cervejas (33 cl)
2 salsichas
1 cebola
2 dentes de alho
1 ramo de coentros
Azeite q.b.
Polpa de tomate q.b.
Sal q.b.

Preparos:
Descascar parcialmente as gambas (manter a respectiva cabeça)
Tirar a pele às salsichas e picá-las na "1,2,3"

Mãos à obra:
Fazer o refogado (incluir os alhos) e, quando pronto, juntar um pouco da polpa de tomate. Deixar 2 minutos a "tomatar".
Deitar 1 cerveja e o "paté" de salsichas. Mexer bem para envolver.
Entra o milho e o feijão. Já ferve?
Agora vai a outra cerveja com as gambas.
Vigie o "caldo", ponha sal a olho, acrescente polpa de tomate, envolva e veja a côr das gambas. Rosadinhas?
Tudo ao molho: o raminho de coentros para fazer ambiente
5 minutos a apurar. Provar. Está bom de sal?
Bom apetite

17/01/2007

Sem resposta

Alma inquieta
que nos consome e destrói.
Que papel nos calha
representar?
Sabemos quem somos
mas não nos conhecemos.
Com quantas máscaras
nos identificamos?
Nesta funesta vida
rimos sem alegria.
Quem nos defende
no mundo dos justos?
O barulho impera no
nevoeiro cerrado.
Quem mandou disparar
balas e morteiros?
Multidão silenciosa.
Ninguém estende a mão.
Posso falar?
----------------
Pedro Arunca
2007/01/17

15/01/2007

Beijo acidental

Acidental
beijo de ritual

Lábios de mel

Adolescência
queda inocência

Memória cruel

Água na boca
corrente louca

Gira carrossel

Somam os dias
raras alegrias

Sabor a fel

Com a idade
muda a vontade

Outro papel

Novos caminhos
despertam carinhos

Arrepios na pele

Flores e afectos
encontros certos
_______________
Pedro Arunca
2007/01/15

14/01/2007

q.b.

Encontros,
que o destino marcou.
Paralelos,
os caminhos percorridos.
Cúmplices,
na essência das coisas.
Inseparáveis,
na busca dos sentidos.
Esperança,
em cada gesto renovada.
Entrega,
nos momentos únicos.
Simplesmente,
duas pitadas convictas:
sal,
quanto baste;
amor,
nas horas do dia.

Tudo

Houve um tempo de ternura
Palavras contidas num olhar
Afectos impregnados de suor
Sorrisos cheios de alma

Chegavas e via partir o coração
Num abraço forte e longo
Contido por fraqueza
O dia era aquele momento

Encontrasse uma palavra
Suficientemente penetrante
Arremessava-a contra ti
Cravando-a no teu peito

Tudo por tão pouco
Tudo era nada
Pouco era muito
Pouco e tínhamos tudo

Sem olhar

Pode
a terra faltar
o mar encher meus olhos
o sol irradiar
a lua renovar minha alma

Posso
não deixar rasto
nadar sem rumo
olhar sem ver
nascer de novo

Pode
haver flor sem nome e
o seu perfume inebriar

Posso reparar em ti e
esconder o meu olhar

Cais das colunas

Juntas,
duas colunas do cais
espetadas no leito
do rio.
Ver os barcos partir
para longe
pequenos
esfumando-se.

O Tejo
perde-se
dando de beber
ao mar.

Ponte humana
de gente
abatida
em mais um dia,
que se repete,
na cidade.

Regressos e
esperas
de um abraço,
talvez um beijo,
para sobremesa
do dia.

Os poetas

Poemas quem os não tem?
Sonhos e medos, também.
Risos, canções e lágrimas,
fermentam versos e rimas.

Despertar na madrugada,
divagar sobre tudo e nada.
Sentir o coração bater.
As palavras: o sangue a correr.

Num momento, tudo faz sentido.
É o poema com o Universo contido.
Depois, de volta ao momento zero,
é não pertencer a Roma nem a Nero.

No verso, a alquimia.
No poema, a magia.
Rir, cantar ou chorar.
Tudo nos faz mudar.
_______________
Pedro Arunca
2006/12/14