18/11/2008

Dança sem regresso

roda teus braços em arcos paralelos
e alternados movimentos circulares
e faz teu corpo gingar
num lento e sensual vai-e-vem
e balança, como barco num agitado cais
recolhe-te ao beijo da terra
e estende teu véu
esboça um botão de rosa
com tuas mãos em prece
e inclina teu busto
cesta de generosos frutos
esperado momento
e minha dança vai começar
em gestos, de movimentadas sombras,
que avançam e hesitam como labaredas,
chamas e fogo vivo
para me acender do teu olhar
e queimar no teu rosto
e derreter em ardentes lábios
meu corpo treme em arpejos
meus dedos deslizam ao teu redor
num magnético e quente halo
tocam cordas imaginárias como se fosses harpa
e ajoelho-me sobre ti,
as minhas mãos despertam
notas baixas dum piano de emoções
citaras e tambores ocupam os meus sentidos
e tudo se move à nossa volta
e acontecem tempestades de sons
e explodem estrelas de todas as cores
e o chão afundou-se numa espiral
e não tenho onde regressar

7 comentários:

Maria disse...

Que belo concerto...
... não regresses... (ainda)...

Paula Raposo disse...

É perfeitamente lindo este teu poema!! Adorei...muitos beijos.

MarTIC@ disse...

Ajoelhou?
Vai ter que dançar... lol ;)

A dança das palavras...
Magnífico, simplesmente.

X@u

Graça Pires disse...

A dança das palavras sentidas...
Um abraço.

Å®t Øf £övë disse...

Pedro,
Gosto de danças assim... Carregadas de desejo e sensualidade, que nos despertam os sentidos.
Abraço.

Concha disse...

Surpresa,com esta dança!
É muito especial,é muita sensibilidade.
São muitas horas de mar...
Gostei de passar por cá.
Hei-de voltar.

Luz Santos disse...

Isto é lindo!