21/02/2019
Até amanhã
Companheiros II
Passam os tempos
as saudades resistem
árvores tombadas
agarradas às mesmas raízes
que um dia as ergueram fortalecidas,
perdendo a folhagem
e as cores de outrora
não pela idade,
mas pelos ventos agrestes
que as fustigaram…
barraram o caminho
que sempre fizemos
e no qual sempre vislumbrámos
a esperança do sol brilhar
e a lua refletir o sonho de a alcançarmos…
estivemos perto
até ao momento
do nosso guia ter perdido a bússola
que nos dava a direção que tomávamos como certa…
Preservamos a raiz, mas falta-nos o chão…
cada um por seu caminho
no encalce dum qualquer ponto de luz.
O sol está a pôr-se
e a lua mingua sobre as nuvens…
Deixo-vos a esperança dos rios
e dos mares que os espera.
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José Freire 2019/02/21
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