07/07/2008

Pilita

Rija enquanto durou
Agora, amolengou
Antes que a cobra morda
Vou atá-la numa corda
Pra na me fugir
Preciso da sacudiri
Leva tempo pá acordari
Já nem se sabe esticar
Más lenta cum caracoli
Enrola-se no mê lençoli
Ninguém a tira dali
Deu em perguiçar
Nada a faz levantar
Já não dá com o monti
Nem bebe água na fonti
Que bicho lhe mordeu?
Parece defunta que morreu
Deu-lhe pra enjoari
Nem lhe apeteci cheirar
Na juventude fazia inveja
Tinha más gás cuma cerveja
Sempre pronta pra brincar
Cu diga a minha Maria
Era nôte e era dia
Até as mulheres lá da vila
Marcavam lugar na fila
Para eu lhas mostrar
Uma moira a trabalhari
Motivo do mê orgulho
Fazia cá um barulho
Entrava pelos quintais
Espantava os animais
Eram duas, três e quatro
Da cozinha até ao quarto
E até debaixo da cama
A bicha tinha fama
Punha todo num alvoroço
Desde mê tempo de moço
A idade na perdoa
Levara um vida boa
Depois de tanto caçari
Merece descansar
Já contava mê avô:
“nenhuma rata me escapou”
Está no sangui das gerações
Nada de confusões
Esta história aqui escrita
É a da minha gata Pilita
_________
Pedro Arunca
2008-07-07

3 comentários:

_E se eu fosse puta...Tu lias?_ disse...

:D

Nome curioso:D

hahahahahha e texto divertido;)

a minha gata é a Conca, mas já está na 5ª idade (20 anos)!

beijinhos

Ana disse...

É... quando começam a amolecer é uma tristeza! Coitadinha da Pilita heheheheh!!

bjinhos

Paula Raposo disse...

Eh eh eh coitadita da gata Pilita!!!Beijos.