02/06/2007

Acordar

Caminhar
cego, de luz.
Teu brilho, etéreo
fere e seduz.

Chegar
farto, de dor
Teu corpo, mistério
íman e gerador

Sonhar
tolhido, de amor
Teu coração, distante
gelo e dissabor

Acordar
agitado, de mágoa
Tua imagem, presente
fogo e água

Palavras
quentes, de lume
Tua sombra, fria
lâmina e gume

__________
Pedro Arunca
2007/06/02

4 comentários:

Alexandra disse...

"Pequenas grandes coisas de gente pequena...que cresce é que por vezes esquece."

Engraçado... ontem estive aqui. Vi que adora o mar, ouvi e vi os videos que aqui tem ("O mar e tu"... Gotan Project, etc)que me trouxeram memórias que ainda doem, li os seus poemas e gostei.

Sou das pessoas que embora gostem de poesia não nasceram com o dom de a fazerem. Admiro portanto quem a faz e bem!

O seu poema é lindo, assim como o do post anterior. Mas este é forte!

Não comentei porque... tenho dificuldade em comentar poesia e porque ela pode dizer muito de quem a escreve.

Para a próxima vez, posso não comentar mas deixo marca :)

Obrigado pelas palavras!

Páginas Soltas disse...

Obrigada pela visita ao meu " espaço", onde canto as saudades do Alentejo que me viu nascer!

E, deixou-me a porta aberta para ler um poema sublime!

A poesia também é uma ilha onde me refugio ( usando as suas palavras)!

Bj

Maria

Anónimo disse...

caminhar com 1 novo amigo
chegar a 1 novo abrigo
sonhar com 1 novo mundo
acordar e dizer
palavras para quê

percebes o trocadilho, amigo?

Alexandra disse...

Obrigado pela passagem e palavras.

Bom feriado.