As mãos secam
se os dedos mirrarem
Expontâneas heras,
bebem de outras mãos
Expontâneas heras,
bebem de outras mãos
O pinheiro sedento
leva raízes até onde deixarem
O calor, que refaz o corpo
é química sem explicação
Num permeável instante
o momento infiltra-se na pele
e o tempo deixa de contar
O silêncio percorre o gesto
e a palavra divaga no olhar
O rio, as gaivotas e a cidade
pousam no fundo da retina
e pintam um novo tecto
com tintas por inventar
Encontro de versos
numa estrada de afectos
à beira dum poema