01/11/2020
As guitarras e as verdades
03/10/2020
Futuro? O QUE O FUTURO NOS TRAZ? UMA INCÓGNITA QUE NOS PERSEGUE O HOMEM SERÁ CAPAZ MUDAR SEU RUMO CONSEGUE? AFASTAR O MAL, CORRIGIR A PRUMO ENDIREITAR O DESTINO DO MUNDO QUEM O TORNOU IMUNDO PINTADO DE NEGRO DE FUMO HÁ, CONCERTEZA UM INTELIGENTE QUE FAÇA PARAR TODA A GENTE! E SE O HOMEM NÃO CONSEGUIR QUEM NOS PODE ACUDIR? É HORA DE AGIR E AOS DEUSES ORAR E PEDIR QUEREMOS IR À RAÍZ DA EQUAÇÃO ACORDAR TODA A NAÇÃO
18/05/2020
Arroz doce
21/02/2019
01/02/2018
Mar e Sol
Que se faça ouvir
Estarei no mar
Ou para lá a ir
Mar de todos nós
que me rodeia
Com a Lua a sós
Na maré cheia
Navegar num poema
Voar como a gaivota
Barco feito de pena
Planando sem rota
Pousar no horizonte
na linha de fundo
erguer uma ponte
ligar o Sol ao mundo
Tela feita de céu
salpicado de estrelas
envoltas num véu
morar no fogo delas
_________________
By Pedro Arunca
2018/02/01
26/01/2018
Aluga-se quarto
independente.
Com refeições.
Águas quentes e frias
Ambiente familiar.
Quinhentos escudos.”
Hóspedes desconfiados
olhares desamparados
Passam alguns dias
para mostrar o dente
mas continuam mudos
O mais calado é trolha
Faz tetos em gesso
O mais estranho não sei,
não suporta uma bolha
e usa um gel espesso.
Acho que é gay.
O madeirense faz um curso.
O cabo-verdiano, pedreiro
é a alegria no gira-discos,
mornas, funanás e coladeiras
O balconista, no Cais do Sodré,
com mordomias: tem cortina,
banhos diários e repete o café.
Sigo meu percurso:
de dia trabalho, de noite estudo
No Bairro Alto, corro riscos
Pelo caminho faço cadeiras
movido a cafeina
12/01/2018
Vale a pena?
05/01/2018
Estrelas
Brincam à noite as estrelas
Apaguem as luzes da rua
Deixem ver o sorriso delas
O esplendor da sua luz
a qualquer um de nós
Encanta, fascina e seduz
Não estamos sós
Atraem poetas e amantes
Somando noites em claro
Contando diamantes
Me rendo e declaro
A poesia enriquece
Nas noites de luar
O sol quando aparece
As estrelas vão-se deitar
__________________________
By Pedro Arunca 2018/01/05
29/12/2017
01/11/2017
Pensei num poema
Imaginei o título e a cena
Faltou a tinta na pena
Entretanto esqueci o tema
Há outras formas de o fazer
Mas não sabia escrever
Como havia de resolver?
A cabeça já a ferver
A velha máquina na arrecadação
Pó e teclas soltas em confusão
Dar às letras a imaginação
Duvidei do sucesso da missão
Pensei em dar um jeito
A barra de espaços com defeito
E sem fita, nada feito.
As palavras junto ao peito
Encontrei o velho gravador
Com fita encravada no enrolador
As pilhas sem fornecedor
Alternativa é o computador
Ninguém para o digitar
Já com palavras para debitar
Sem voz para o declamar
O sono venceu. Vou-me deitar
14/04/2014
Na tua margem
acalenta e acalma
Na branca palma
da tua mão
o teu coração
vivo de paixão
Olhos de luar
Meu profundo mar
Que mágico lugar
Sei porque corro
Grito do morro
Pedi socorro
A paz prevalece
Nunca se esquece
quem nos aquece
Um beijo tardio
Balança o navio
Na foz do rio
Boa viagem
com ancoragem
na tua margem ______________ By Pedro Arunca 2014/04/14
27/06/2010
Gravitar
Silenciosa e sagaz fera que não fere
Invisível e envolvente teia me enleia
Estranha musica se entranha
Suspenso em divino canto
Gravito e levito
Circundantes chispas de fogo colorido
Etérea e poderosa força
Rompe fronteiras além de mim
Desconhecidos confins
Brisa de luz incandescente
Sonho ou Universo do avesso?
Abandono a questão
Rendido
10/01/2010
27/12/2009
26/12/2009
13/12/2009
12/11/2009
Anoitece
Céu cravejado de infinitas estrelas
Misteriosa brisa, seduz.
Cúmplices, as árvores, trocam segredos
Dançam ao ritmo das sombras.
Sonhos crescentes na míngua do tempo
No confronto da luz perdem-se medos.
Leva-me, Lua Nova!
Leva-me, Lua Cheia!
11/11/2009
O grilo
noite e dia, sem ressaca
gri, gri, gri,
gri, gri, gri
tem bom ouvido
fica quieto e mudo
se escuta algum ruído
gri, gri, gri
Canta com mesma garra
que a famosa cigarra
gri, gri, gri,
gri, gri, gri
vestido sempre a rigor
sem cerimónia de gala
como merece um bom cantor
28/10/2009
Regresso
Mudanças em curso. História a cumprir-se. Destino incerto, tal como o caminho, vago é ser lúcido porque não se adivinha. Não sei para onde vou, sei que não fico por aqui. Rumo além de mim.
Na apatia aparente revi gestos, palavras e gente.
Se com pedras se ergueram castelos (e também se destruiram) com pedras se fizeram estradas e barraram caminhos. Quero o meu livre, para fazer de algumas marcos da minha passagem.
09/08/2009
Até já
Vou carregar pilha e espero bater o coelhinho da Duracel.
Levo muitos de vós na minha memória que desejo manter intacta. Quem entrou no meu coração não sai e quem está de fora, comigo no seu, pode entrar.
Esperem por mim. Prometo mudanças. Até já
22/07/2009
10/07/2009
Samuel é marinheiro
Marinheiro corajoso
não sabia nadar
Num dia tempestuoso
viu seu barco afundar
a voz grossa e rouca
de pouco lhe valia
levou as mãos à boca
como o mestre fazia
Encheu o peito de ar
e gritou tanto, tanto
Fez-se ouvir em Qatar
Nunca acontecera antes
Pra seu próprio espanto
uma manada de elefantes
tirou a água ao mar
Foi a pé para casa
Quando lá chegou
tinha os pés em brasa
Meteu a chave à porta
mas não entrou
A chave estava torta
Entrou pela janela
aberta para o quintal
Na cama dormia a cadela
que nem deu sinal
No tapete fez paragem
e adormeceu no chão
cansado da viagem
Sonhou ser capitão.
-Samuel, acorda! Tens natação.
__________________
Desenho oferecido pela Debbie
29/06/2009
Como sou
certezas e utopias
experiência e conhecimento
instinto e fé
construo meu caminho
Com lições de convivência
ditos e filosofias
acrescento pedaços alheios
Farinha de um grande saco
meu grão não é único
meu tempo também não
nem mais nem menos
sou fracção e produto
duma grande equação
01/06/2009
Presente do dia
O teu presente sou eu!
Dá-me a tua mão
leva-me onde quiseres
hoje nada te nego. Nada
vou seguir teus passos
estar atento às tuas palavras
jogar aquele jogo maluco
fazer pipocas
comer gelado
ver desenhos animados
jogar bowling e futebol
dar chutos na bola
desenhar um barco
dar cambalhotas
andar descalço
fazer uma tenda no teu quarto
O que dizes?
-Eu quero ir ao "Mec"!
Ao Meco?
-Não...ao Mac do Colombo.
Outra vez? Isso não. Fomos lá ontem.
-Vamos amanhã?
Amanhã, tenho de ir trabalhar.
24/05/2009
05/05/2009
04/05/2009
Chuva
minha alma lava
meu corpo enxuga
Leva o frio
Traz o vento
Meu arrepio
Teu momento
O céu cumpriu
Ameaça cinzenta
Alguém tingiu
A água benta
Chuva, divina chuva
Foge a folha
Solto a rolha
O rio imundo
no mar rebenta
Esconde o fundo
Maré barrenta
Chuva, divina chuva
minha alma lava
meu corpo enxuga
27/04/2009
21/04/2009
08/04/2009
Ver ao perto
ergue-se, aceso, um cigarro
O fumo dá contorno às palavras
que se dissipam
ninguém as ouve,
ninguém as lê
Olhar fixo no horizonte
onde nada acontece
Histórias comuns
de ontem e de amanhã
Há passado e futuro
quando a Terra gira
Acorda gente
Acorda mundo
Deixar de fumar
Treinar o gesto
Usar lentes de ver ao perto
Deixar aproximar
Aqui, tudo mudará
11/03/2009
04/03/2009
A fuga dos peixes
com redes de malha fina
Já não molhamos os pés
no confronto das marés
e não desobaram
abalaram sem rasto
escolheram um astro
A Lua perseguidora
O Sol mudou de turno
Pedro Arunca (poema e imagem)
03/03/2009
Nas tintas
Barcos/Virgílio Sousa/Março 2009
Este foi o resultado dum encontro de amigos para a minha iniciação nas tintas.
O Gigi foi ao mar e eu fiquei em terra.
Ontem foi um dia diferente. Ele levou um robalo e eu vim de lá com uma salema.
Obrigado amigo, pela tua disponibilidade e incentivo. O próximo vai para ti.
03/02/2009
Pintado de fresco
Pintura a óleo de Virgílio Sousa (2009/Fevereiro)
podia escolher o fundo
deitar palavras
ancorar o mar
fixar estrelas
pintar gente
colar coisas
pegar fogo
deixar pó
desenhar o mundo
No teu fundo vago e tosco
podia simplesmente
falar do horizonte
amarrar a vaga
criar o espaço
moldar o ser
colocar cor
ver arder
ser grão
tornar diferente
_________
Pedro Arunca
2009/02/03
Ao meu amigo Gigi, com um abraço. Obrigado pelo quadro (e jantar). Prepara-te para a minha Freijoada de Gambas.
30/01/2009
Janeiro
Janeiro friorento
manda chuva
manda vento
Congela o momento
do calor dum beijo
Lareira quente
pede lenha
pede gente
Conforta a quem sente
o lume no peito
Inverno de chama
dá terra
dá lama
Aquece a quem ama
o centro do leito
Serra nevada
quer tudo
quer nada
Esconde a madrugada
o sonho perfeito
Noite gelada
tem arrepio
tem geada
Apetece almofada
a quem nutre desejo
#9
14/01/2009
Contraventos
Oferta de intenções e gestos
Impossíveis contratos de bondade
Brilham gentilezas isentas de emoção
Treinam-se sorrisos magros
Falha o aperto de mão
Um olho não basta ou ser-se iluminado
Quem fala não escuta
Traduzam o sofisma viral
Inocente discurso estéril desculpado
Certificada balança infiel
A quem confiar a carta para Deus?
Promessas vãs
Sonhos do meu Universo
#8
18/12/2008
À beira dum poema
Expontâneas heras,
bebem de outras mãos
15/12/2008
Noites claras
Dispo-me e fixo a Lua
Das sombras interpreto os gestos
Faço do grito alheio o meu silêncio
Calo a voz, defendo a canção
Dias de horas confusas
Desejadas noites de sonhos claros
Incoerente sobreposição
Rosto de impensáveis lugares
Repetidos passos, mesmas pedras da rua
Devagar, ignoro o que me espera
Buracos são vazios do tempo
Esqueci palavras, jamais o olhar
Duvido da minha presença
Estranho tua figura
06/12/2008
perto de ti, ...meu mar
num palco diferente
feridas do mesmo lado
lutar e sofrer diáriamente
A meio caminho conquistado
por caminho divergente
questionar a mesma Lua
pela maré descontente
Só o dia conhece bem
como se faz cada hora
partilha-se com os deuses
o que não se vê por fora
Querer viver mais vezes
onde o sonho nos levar
viajar muito, e além,
deste sistema solar
Enquanto o Sol aquecer
e a Terra puder rodar
o meu lugar é este
perto de ti,…meu mar
03/12/2008
Encontro de gente com palavras
Ao encontro das palavras
nas páginas dum café
Um livro cheio de gente
em conversas de maré
Na pausa dum cigarro
um pouco mais de mim
Poetas de pés de barro
Num lago com jardim
Apresentações sucintas
Na poesia que sobeja
prosa de letras distintas
Mais um gole de cerveja
Quarenta prisioneiros
Amarrados a um cordel
Registo de versos inteiros
momentos feitos de mel
São veias descarnadas
de caudal transbordante
com coração a montante
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Dedicado à minha amiga Paula Raposo a propósito dos dois livros editados há dias: " 22 olhares sobre 12 palavras" e "Golpe de Asa". Mais informação clicaqui
29/11/2008
O presépio
Num canto do chão da sala; sobre um tampo de madeira, platex ou cartão; sob o pinheiro, erguia-se o majestoso cenário. O improviso e imaginação projectavam montes, lagos espelhados e vales. Construíamos o estábulo com paus, cacos, caruma, palha e… sei lá que mais. As figuras tradicionais, pintadas sobre o barro cozido, tinham formas e cores dignas e colocadas nos seus lugares com papéis bem definidos. A neve de algodão; a água de espelhos; figurantes de cartão; bonecos de outra nação.
Uma estrela dourada orientava os Reis Magos ao seu destino, no trajecto que queríamos. Quando chegasse o momento, eles apareceriam e cada dia mais próximos do Menino. De terra e areia se faziam os caminhos. Aquele pedaço de chão verdejante era o Mundo, era Belém. Aquelas figuras de cartão e barro eram o Mundo, eram alguém.
O Menino cresceu e nós também. Alguém viu uma estrela? Onde estarão os Reis Magos? Dezembro está a chegar. Outros caminhos fazem o Mundo. Este pedaço azul é o Presépio. O Homem é quem?
18/11/2008
Dança sem regresso
e alternados movimentos circulares
e faz teu corpo gingar
num lento e sensual vai-e-vem
e balança, como barco num agitado cais
recolhe-te ao beijo da terra
e estende teu véu
esboça um botão de rosa
com tuas mãos em prece
e inclina teu busto
cesta de generosos frutos
esperado momento
e minha dança vai começar
em gestos, de movimentadas sombras,
que avançam e hesitam como labaredas,
chamas e fogo vivo
para me acender do teu olhar
e queimar no teu rosto
e derreter em ardentes lábios
meu corpo treme em arpejos
meus dedos deslizam ao teu redor
num magnético e quente halo
tocam cordas imaginárias como se fosses harpa
e ajoelho-me sobre ti,
as minhas mãos despertam
notas baixas dum piano de emoções
citaras e tambores ocupam os meus sentidos
e tudo se move à nossa volta
e acontecem tempestades de sons
e explodem estrelas de todas as cores
e o chão afundou-se numa espiral
e não tenho onde regressar