Vigio o teu busto fronteiriço
Do meu corpo faço trincheira
Toca a trombeta estridente
Eco de grito alvorado
Separa-nos um rio mortiço
e uma velha ponte de madeira
Manto de nuvens escuras
são olhos de cinza
Teu rosto sempre escondido
Ergo minhas mãos como lanças
Ouvimos trovão emergente
Cai um raio dourado
Há um pombo ferido
num regato de águas mansas
Tomba a chuva anunciada
são lágrimas negras
A tua boca mantém-se fechada
No meu peito cravo o brasão
Há uma tempestade eminente
Um brilho de luz prateada
A terra fica alagada
Sem chão
Acorda o vento suão
é afago quente
Teus olhos grandes e profundos
Meu coração parte galopante
Misteriosa sinfonia tangente
Soa a hino de paz
Encontro de dois mundos
Por um reino triunfante
Um véu de estrelas
São diamantes suspensos
Teus braços formam um arco
Ofereço meu sorriso glorioso
Há um tambor presente
Onde a seta jaz
Nosso trono é um barco
Neste mar imperioso
Lua Nova
Espelho divino
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Pedro Arunca
2007/09/27
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