Era um poema tão hermético
que nem a alma se lhe via.
Com um título atlético
que, ainda mais, o reduzia.
De corpo tão esquelético,
não conseguia respirar.
As voltas foram tantas,
ficou zonzo a cambalear.
Nem o calor das mantas
o tirava do torpor.
Sem ponta por onde pegar.
Fiquei de mau humor.
Não o pude amparar.
Havia uma palavra ou outra
sujeita a tal compressão,
como a frase era rota,
não fazia oração.
As rimas andavam soltas
como as folhas do Outono.
Os versos davam voltas,
pareciam cão sem dono.
Osso duro de roer.
Não o lia de nenhum jeito.
Quem o haveria de ler?
Achá-lo-ia imperfeito.
As palavras estão caras,
mas não sou de poupar,
penduro-as nas varas
para o vento as levar…
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Pedro Arunca
2007-10-27
10 comentários:
Ironicamente LINDO!
BOM DOMINGO!!!!
Eu fiquei de bom humor ...ao te ler
Beijos
BF
Eu gosto da tua imaginação!!
Olá, Pedro!
Belíssimo o seu espaço. Voei na minha imaginação, mas só. Palavras... mal linhas e lãs consigo tricotar.
A sua visita adoçou o meu dia.
Bjs no coração.
Dô.
Nem tudo se esconde assim tão bem... a alma, então...
Rimas soltas como as folhas do Outono...
Palavras que o vento leva...
Gostei do poema!
*
Saravá!
Gostei:) e por isso regressarei!
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Alma de marinheiro só pode rimar com mar.
A rima não importa, todo o poema ondula ao sabor de uma qualquer maré.
Bonito!
Momento lindo esse "ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais..."
Amo essa música
Obrigada por esta manhã ma relembrares.
BF
Pedro:
seu blog encheu meu coração de alegria e admiração
bjnhos no seu coração
Vanessa Zuppo
Pedro,
Quantas vezes passamos dias ou horas em busca da palavra certa para a colocar no seu devido lugar em cada frase.
Bom feriado.
Abraço.
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