A minha avó tinha um gato
que brincava no meu sapato.
Não gostava de sobremesa
mas cheirava de certeza.
Sempre que eu chegava,
ele me cumprimentava.
Dormia no meu colo
e gostava de consolo.
De orelhas em alerta,
despertava pela certa,
se alguma coisa ouvia.
que brincava no meu sapato.
Não gostava de sobremesa
mas cheirava de certeza.
Sempre que eu chegava,
ele me cumprimentava.
Dormia no meu colo
e gostava de consolo.
De orelhas em alerta,
despertava pela certa,
se alguma coisa ouvia.
Lá ele me fugia.
“Bicho, bicho” - chamava eu –
Acho que nunca me respondeu.
Quando à noite se escapava
o galinheiro acordava.
Os cães presos, num alvoroço,
de vigia a um osso
não paravam de ladrar.
Só o gato podia caçar.
Teriam, eles, inveja
da vida de Sua Alteza?
Por vezes não aparecia,
nem de noite nem dia.
Tinha eu pouca idade,
fiz-lhe uma maldade:
Parecia uma bala!
Maldita bengala!
Nunca mais apareceu.
Foi a mim que mais doeu.
À minha avó, nunca contei.
Jamais o esquecerei.
__________
Pedro Arunca
2007-10-15
“Bicho, bicho” - chamava eu –
Acho que nunca me respondeu.
Quando à noite se escapava
o galinheiro acordava.
Os cães presos, num alvoroço,
de vigia a um osso
não paravam de ladrar.
Só o gato podia caçar.
Teriam, eles, inveja
da vida de Sua Alteza?
Por vezes não aparecia,
nem de noite nem dia.
Tinha eu pouca idade,
fiz-lhe uma maldade:
Parecia uma bala!
Maldita bengala!
Nunca mais apareceu.
Foi a mim que mais doeu.
À minha avó, nunca contei.
Jamais o esquecerei.
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Pedro Arunca
2007-10-15
1 comentário:
Tenho duas gatas mas não me atrevo a fazer-lhes maldades, até porque a minha avó sempre disse que tinha um dedo que adivinha e eu não arrisco levar com a bengala
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