Não me calo numa cantilena
nem me esvaio num poema
Discorro no grito das palavras
morro no discurso das culatras
Perco o tempo num segundo
Rodo os ponteiros do mundo
Dou corda para além das horas
Vivo no ciclo das velhas noras
Apelo aos homens silenciados
Canto versos nunca declamados
Pego na tinta espessa e escura
Pinto os muros de pedra dura
Meu corpo tomba, indefeso
Minha alma, contra-peso
Meus registos são fragmentos
No caderno dos momentos
__________
Pedro Arunca
2007/07/30
nem me esvaio num poema
Discorro no grito das palavras
morro no discurso das culatras
Perco o tempo num segundo
Rodo os ponteiros do mundo
Dou corda para além das horas
Vivo no ciclo das velhas noras
Apelo aos homens silenciados
Canto versos nunca declamados
Pego na tinta espessa e escura
Pinto os muros de pedra dura
Meu corpo tomba, indefeso
Minha alma, contra-peso
Meus registos são fragmentos
No caderno dos momentos
__________
Pedro Arunca
2007/07/30
4 comentários:
Pedro, Arunca,
“São momentos” que passam por nós, em carne, ossos, sentimentos, não sei bem onde é o começo ou onde termina.
E os que se esforçaram para viver não desaparecem.
(Um aprendizado e tanto teu poema!)
(Beijooss Pedro)
Um dos poemas mais bonitos que aqui encontrei. De uma profundidade extrema e sensibilidade fulminante.
"Pego na tinta espessa e escura
Pinto os muros de pedra dura"
As palavras que transcrevo são somente um exemplo desta beleza que me atrai pela sua veracidade.
Parabéns!
Até...
Alexandra
Lindo este poema! Muito bonito mesmo Pedro. Claro que eu não sou ninguém para comentar poesia, sou mais que leiga no assunto, mas gostei.
“Vivemos para dizermos quem somos” – José Saramago.
É com admiração que desencubro no teu âmago a tremenda sensibilidade das palavras que me permites deleitar.
Nem sempre nos permitimos abrir todas as portas, mas sempre que arrombadas jamais se voltarão a fechar.
Continua a musicar-nos com os teus graciosos poemas!
Rui Salvaterra
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