06/10/2007

Outono

Abalaram as andorinhas
ficou o silêncio nos ninhos
Os tractores num vaivém
fazem novos caminhos
com destino aos lagares
Restam poucas vinhas
para ir rebuscar
as uvas de ninguém
As folhas esvoaçando
lembram aves feridas
os miúdos arrastando
fazem grandes corridas
até o fundo da ladeira
O monte de folhas secas
serve para brincadeira
A garotada se rebola
nas férias derradeiras
Já compraram a sacola
e largaram os calções
É em casa e na escola
que aprendem as lições
para enfrentarem o mundo
O rio corre ainda devagar
O tempo arrefece
As cabras com seus guizos
comem do pasto que as aquece
Os campos ficam lisos
Os fogos foram um inferno
Os pinheiros que sobraram
vão aquecer o inverno
dos filhos que os herdaram
________
Pedro Arunca
2007/10/06

2 comentários:

Paula Raposo disse...

Interessante o teu poema de Outono...beijos.

Alexandra disse...

Um belo resumo Outonal!!!

Bjs